sábado, 24 de setembro de 2011
FALSAS FÓRMULAS MÁGICAS - POR: PROFESSOR DIEGO AMORIM
Prof. Diego Amorim. É formado em licenciatura em letras-espanhol com especialização em análise do discurso e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo. O professor já atuou em diversos preparatórios para vestibular e concursos espalhados pelo país e ainda em universidades particulares da cidade. Hoje é professor exclusivo há mais de nove anos do Gran Cursos, maior escola de preparação de concursos do país e da rede LFG - Luís Flávio Gomes - de ensino a distância e preparatórios especiais. Autor do blog http://diego-amorim.blogspot.com e seu twitter: @professordiego
Sempre me pedem que faça uma lista de maneiras mais ‘fáceis’ de se estudar; jeito mais ‘fácil’ de apreender; ‘macetes’ para as regrasde português; enfim, um monte de pedidos que se resumem em “não quero estudar direito e quero dar um jeitinho para passar”. Tenho uma notícia frustrante para você que procura essas falsas fórmulas mágicas que pregam por aí: elas não dão nem darão certo! Estude! Apenas estude!
As provas para concursos públicos atuais primam pelo candidato que tem o conhecimento global do mundo e sabe fazer interrelações com os conhecimentos específicos exigidos pelos editais. O simples decorar não faz com que se possa responder aos itens com a precisão necessária para se chegar à excelência. Decorar significa, em última instância, enganar-se com o macete do papagaio. Há outros macetes, vamos a eles.
Macete do papagaio – o candidato decora tudo o quanto pode, sabe tudo na ponta da língua; porém não faz inferências, não pensa sobre o assunto. Sabe repetir tudo o que leu e diz que estudou, mas se a pergunta for feita de maneira distinta, erra. Ele decora: quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral, quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral, quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral. A pergunta feita será: O Brasil foi descoberto por quem? Resposta do papagaio: não sei por quem foi descoberto, mas quem descobriu foi Pedro Álvares Cabral.
Macete do chute –alguns professores, em vez de ajudar o aluno, prejudicam seu desempenho ao criar fórmulas mirabolantes para se chutar a resposta de maneira segura. Ora, se fosse segura, não seria um chute e, sim, uma técnica reconhecida. Chutar significa correr um risco desnecessário e evitável. Desnecessário, pois pode-se deixar em branco – caso de provas do CESPE, em que há fatores de correção, ou seja, itens errados anulam itens corretos –, e ao se deixar em branco, nada se perde. Desnecessário, pois há sempre uma lógica nas assertivas para se ficar entre duas questões quando de múltipla escolha. Evitável, pois o conhecimento adquirido com estudo sério e contínuo evita o fato de não se ter noção da resposta. Diz-se que o número de questões com certo ou errado ou mesmo o número de respostas das assertivas é igual. Isso pode ser até verdade, mas pense comigo um pouco: são iguais, mas quais são os itens corretos para eu marcar os errados? Como saber se acertei com certeza os itens de maneira a fazer a equivalência para saber quais as outras respostas. Pura idiotice chutar em concursos públicos.
Macete dos macetes – é de praxe professores criarem maneiras diferentes para explicar um determinado assunto. Isso é louvável e, se o candidato aprendeu a fazer assim e dá certo em todas as possibilidades, o candidato deve usar esse método. Porém, se o tal jeito de fazer não engloba todos os itens e suas maneiras diferentes de serem cobrados, ou seja, se funcionam apenas em determinadas situações, fuja disso loucamente. Se o professor conhece esse defeito do macete, o examinador/elaborador da prova também o conhece, portanto você corre risco. Se macetes fossem realmente bons, seriam regras e não macetes mesmo. Claro que há como se explicarem matérias de maneiras novas e inovadoras, mas tem de funcionar em todas as nuances do tema.
Macete da substituição – esse é o meu preferido para criticar! Em português acontece muito e acabarei ferindo indiretamente bons amigos-colegas, mas como já me conhecem sabem o que penso. Portanto, sem problemas, sem reservas!Quando se ensina que basta substituir uma palavra por outra para se ter a noção daquilo que se queria é um engano muito grande. Elucidemos: na frase “Como estudamos, passaremos.”, a substituição de ‘como’ por ‘conforme’ altera o sentido do período? Altera de uma ideia causal para uma ideia conformativa, certo? Errado! Pode até mesmo ser equivocado o uso de ‘conforme’ nessa acepção, mas o sentido é o de causa ainda. Leia com calma de novo e perceba. Ao se substituir uma palavra ou expressão por outra para ver qual seu sentido, na verdade se analisa a nova expressão, a troca, a substituição e não o termo original da prova. É outra enganação!
Como se resolver cada um desses macetes? Fugindo deles! Há sempre uma ação positiva que pode ser tomada para se evitar essas práticas desnecessárias e mágicas de passar em concursos. Seu futuro não depende de mágicas e sim de você, do seu esforço pessoal. O valor da conquista se mede pelo esforço despendido para alcançá-la. Dê valor aos seus sonhos, empenhe-se em consegui-los por méritos próprios. Ninguém disse que seria fácil, mas com certeza não é impossível.
Estudar para entender –interesse-se pelo que você está estudando, o assunto sempre será útil para seus conhecimentos. É muito bom aprender coisas novas. Ao se interessar pelo assunto estudado, passa-se a entender melhor, fazer melhores inferências e relações com outros assuntos. Não precisa decorar, basta você desejar aprender, sua mente arruma o caminho. Quando se aprende de verdade, não interessa a pergunta que se faça sobre o assunto, pois ela poderá ser respondida tranquilamente.
Absorver alógica da regra – quando se deseja realmente aprender, passa-se a entender melhor a lógica que deu vazão à regra. Ao se perceber essa lógica, a regra passa a ser inerente aos seus conhecimentos. Deseje entender; busque a lógica em tudo o que pretende aprender; ao adquiri-la, use-a normalmente, pois já faz parte de você. Você entendeu a regra. Você já a tem internalizada. Nada que se pergunte pode ‘pegar’ você.
Confie em você, somente em você; você já sabe –confie na sua capacidade de aprender, somente você se conhece a ponto de saber como melhor absorve matérias, como melhor entende os fatos e regras de estudos; somente você conhece seus limites para poder ultrapassá-los. Somente você poderá criar seus próprios mecanismos de lógica. Sabemos que todos precisam de orientação profissional para aprender o caminho, mas somente você poderá seguir por ele a partir de determinado ponto. Quando digo que você já sabe, digo que você ao se esforçar consegue entender o que você quiser. Todos fazemos parte desse imenso conhecimento coletivo e temos acesso a ele. O canal? Seu desejo real de aprender. Você pode, acredite, deseje.
Por fim, a TBQ – Teoria da Bunda Quadrada. Não riam! Somente se você sentar e estudar, você consegue algo. Não delegue a ninguém seu sucesso. Ele é seu e depende de você alcançá-lo. Essa teoria consiste em sentar e estudar. Não há segredo! Sente e estude muito. Quando alcançar seu sonho, você nem se lembrará do esforço despendido para isso. Depois use seu salário para academia, plástica, silicone para arredondar de novo seu bumbum. Afinal, nada mais justo depois de tanto estudo! Boa sorte e espero vê-lo(a) em breve sem bunda, porém CONCURSADO(A).
Professor Diego Amorim
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário