Um dos clássicos da literatura
brasileira, " Os Sertões", de
Euclides da Cunha, conta essa página
negra da História do Brasil. A seca no nordeste no fim do século XIX fez muitas
mortes dos sertanejos. Os que sobraram formaram bandos de cangaços ou de
messiânicos. Num desses grupos de messiânicos havia o beato Antonio Conselheiro,
Cearense de Quixeramubim, que se
instalou com os seus seguidores as margens do rio Vaza-Barris no interior da
Bahia, formando o Arraial de Canudos.
Conselheiro era um homem muito
inteligente e achava que as terras
pertenciam a Deus e não aos latifundiários. Junto com os seguidores, cultivaram
as terras, plantaram mandioca, arroz, feijão, café, milho, criaram porcos,
frangos, irrigação, etc. Todo o Brasil falava em Canudos e no seu progresso.
Muita gente migrou-se para lá.
Não havia
miséria, nem fome, nem sede pois todos trabalhavam formando uma sociedade
igualitária como queria Conselheiro. Casas de pau a pique, igreja, praças, ruas
foram construídas por ele. Outros municípios vizinhos começaram a crescer como
Canudos, dando pouca importância para a República do Brasil que havia sido
proclamada em 1889, quatro anos antes da instalação de Canudos que se deu em 1893. O Arraial de Canudos passou a
exercer uma grande liderança, inclusive não pagando impostos ao governo e toda
a vizinhança passou a considerar Conselheiro um Santo ou um novo Cristo. Mas a
Igreja, latifundiários, elites e os
governantes da república entendiam que Conselheiro e Canudos eram uma ameaça para
todos eles e decidiram acabar com Canudos, em 1896, enviando 50% do efetivo das forças militares do país. Mesmo assim, na
Guerra dos Canudos, os jagunços lutaram até o final e 20 mil mortes dizimaram
com todo o Arraial de Canudos. É uma história que não se esquece e até hoje a luta pela terra continua.
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