Oh! que saudades que tenho, quando num terreno baldio
de chão batido, eu e os coleguinhas da
vizinhança, reuníamos praticamente todas as tardes, após fazer os deveres da
escola, para uma "pelada" de futebol, quase sempre com bola de meia.
Às vezes também, jogávamos com bola feita de bexiga de porco ou de vaca. Com os
pés descalços, traves de bambu, ficávamos horas e horas brincando, debaixo de
um sol escaldante, e só parávamos quando o sol se punha ou as nossas mães nos
chamavam para tomar banho. Não havia necessidade de relógio para marcar tempo. Os times eram escolhidos na base do par ou ímpar, evitando que os melhores ficassem de um lado só. Uns com
camisetas e os outros sem.
Poucos dali
sonhavam em ser um jogador de futebol, pois não havia televisão e nem a mídia
como existe hoje. Queríamos ser apenas
criança. Hoje, com a brazuca em campo, arenas sofisticadas, a bola da Copa um
show, camisetas fashion ( coladas) como as da Puma, jogadores recebendo três milhões de reais mensais como o Neymar,
a criançada só pensa em vídeo game, internet, celular ou ser um Neymar. Nada de
estudar. Nada de brincar. A seleção é um sonho de cada garoto. Alguns,
lamentavelmente, tomam o caminho das drogas.Hoje boa parte das crianças não
brincam, não estudam e nem obedece aos pais. Eu curti demais a minha infância, por isso eu recito com orgulho o poema de Cassimiro de Abreu (1.837-1.860) "Os meus 8 anos" - " Oh! que saudades que tenho, Da
aurora da minha vida, Da minha infância querida, Que os anos não trazem mais ."....
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