As mulheres podem escolher a cesárea, mas não o parto normal

Silvana Gramado, pesquisadora da Fiocruz afirma que a cesárea venceu o parto normal pela conveniência e hoje responde  por 52% dos nascimentos de bebês em todo o Brasil, quando o índice aceitável seria de 15%. Segundo ela, pesa a favor da cesárea o fato de que o parto normal feito em hospitais brasileiros é de péssima qualidade, ou seja, é ruim mesmo. Silvana Gramado é enfermeira,  doutora em Epidemiologia e uma das Coordenadoras da pesquisa Nascer no Brasil.  Para chegar a tal afirmação, Gramado e outros pesquisadores entrevistaram 23,8 mil mulheres em 191 município e  256 hospitais. Para ela, o fato se dá mais ainda em hospitais particulares que nos públicos e também porque os médicos não tem mais tempo de acompanhar um trabalho de parto por trabalharem em vários locais. É mais fácil fazer a cesárea e ir embora.  

Silvana diz:  "o pior de tudo isso é que as cesáreas estão sendo agendadas. Bebê não tem data para nascer, ele  tem a data dele. Mesmo que não seja prematuro, o bebê é imaturo, não está pronto,  pois a hora dele nascer não havia chegado. Este bebê poderá ter inúmeras  problemas  respiratória e outras complicações. por ter nascido antes da hora". Ela afirma ainda que está surgindo um grande movimento em São Paulo e quer se estender para todo o Brasil, com apoio da Justiça,  o direito da mulher escolher o parto normal.