quinta-feira, 21 de maio de 2015

Feirão de cargos do Governo: um balcão de negócios

Vendo as dificuldades para a aprovação de inúmeros projetos, inclusive do ajuste fiscal, e sabendo que o político brasileiro  esqueceu o que é democracia, a presidente Dilma Rousseff indicou o seu vice, Michel Temer (PMDB), que fosse a campo e oferecesse mais de 200 cargos com altíssimos salários aos companheiros de base aliada ou até mesmo  aqueles de oposição que viesse votar junto com o governo. O feirão de cargos públicos está acontecendo a céu aberto, às claras, sem qualquer constrangimento.   

O pacotão para os apadrinhados chegava a um montante de 21 bilhões de reais com um loteamento a granel de postos estratégicos  na engrenagem oficial.  A medida foi muito eficaz pois nos primeiros  meses de seu governo, acumulava derrota em cima de derrota, entendendo que somente o toma lá dá cá poderia resolver  a aprovação de seus projetos. Quem não gostou muito da ideia foi os peemedebistas  Renan Calheiros ( Senado) e Eduardo Cunha ( Câmara Federal) que perderam força e passaram a ver Dilma Rousseff atropelando os dois. Como se fosse uma feira livre, com vagas em todos os escalões, os aliados que tinham uma montoeira de gente para empregá-los, não perderam tempo e aceitaram as ofertas. 

De repente, as derrotas foram transformadas em vitórias, alegrando Dilma, todo o governo e fazendo com que ela crescesse no conceito popular. Inteligentemente, Dilma demorou um pouco para liberar os cargos para ter a certeza de que os aliados não estavam traindo ela. As cartas na manga de Michel Temer foram decisivas para a distribuição de cargos  e  a  lista dos pretendentes da base aliada nas mãos do ministro Mercadante, da Casa Civil, completaram  o balcão de negócios. É a própria farra do fisiologismo político, apanágio da política brasileira desde o Império.-

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