segunda-feira, 11 de maio de 2015

Operação Juízo Final

Em novembro de 2014, o juiz  Sérgio Moro  decretou a prisão preventiva de dirigentes e proprietários das maiores empreiteiras do país,  no famoso esquema da Operação Lava Jato da Petrobrás.  Há mais ou menos dez anos, as empreiteiras criaram um clube dentro da Petrobrás, para dividir as licitações das obras, combinando os preços, lucros e dando propinas para diretores, políticos, para manutenção do esquema. O senador Renan Calheiros-PMDB ( presidente do Senado) e o deputado Eduardo Cunha-PMDB ( presidente da Câmara Federal), eram alguns dos políticos que faziam parte do esquema, sendo que os políticos do PP eram maioria  nessa falcatrua. É claro que os outros partidos como PT, PSB, PSDB também recebiam volumosas somas, totalizando, segundo o juiz Moro,  cerca de 7 bilhões de reais que meteram as mãos na empresa.  

Com muita dificuldade, o juiz Sérgio Moro conseguiu prender diversos  donos de empresas, políticos, enfim, estava desenrolando um cordão que parecia não ter pontas, de tanta gente envolvido no esquema. De repente, como que levar um tiro no peito, o juiz Moro ficou surpreso quando o Supremo Tribunal Federal (STF)  liberou os presos, mandando-os para casa. Será que se fosse o ministro Joaquim Barbosa,  isso teria acontecido? Ao tomar essa decisão,  o STF reduziu as chances das empresas assinarem as delação premiada e ajudarem as autoridades a chegarem aos mandantes da organização criminosa que roubaram bilhões da Petrobrás. Moro tinha uma espécie de tripé para chegar aos ladrões e mandantes, baseado em esquema semelhante ao da Justiça Italiana: primeiro prender, depois delação premiada e finalmente a divulgação dos nomes. Com a liberação dos presos pelo STF,a coisa ficou bem mais difícil de resolver e a sensação de impunidade no país  se faz presente cada vez mais forte. Pelo jeito, somente Deus poderá  resolver a política e a corrupção brasileira  através do Juízo Final!

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