segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Opinião do blog: Novos cursos de Medicina: qualidade não é priorizada

De 2.003 a  2.015 a quantidade de cursos particulares de medicina no Brasil quase que  dobrou em relação ao ritmo de abertura de estabelecimentos públicos. O numero de escolas privadas passou de 64 para 154, sem que a qualidade seja priorizada,  enquanto as unidades de gestão estatal subiram de  62 para 103, no mesmo período. Os dados são levantados pela Radiografia das Escolas Médicas no Brasil a pedido do Conselho Federal de Medicina. Eu que já sou médico há vários anos  e, graças a Deus, estudei no tempo que as faculdades de medicina formavam profissionais  de gabarito, com excepcionais professores, tenho acompanhado um crescimento desgovernado e sem qualidade do pacote de faculdades de formador de futuros médicos no Brasil. Só para se ter ideia, nos últimos cinco anos 79 autorizações foram expedidas para a criação de novos cursos de medicina, dando uma dimensão de 6.190 vagas. 

A termo de comparação,  de 1.808  a  1.994 foram criados apenas 82 escolas de medicina. Segundo o governo federal, esses novos cursos entram no programa "mais médicos" mas com uma distribuição geográfica errada pois metade das  faculdades de medicina  criadas  estão na região Sul e Sudeste onde praticamente não há falta de médicos.  É difícil entender que a maioria dessas escolas criadas a toque de caixa não apresentam o mínimo requisito para funcioná-las, sem infraestrutura, que seria um hospital-escola com professores capacitados. A maioria são escolas desqualificadas e estarão formando precários médicos, sem qualidades e terão que exercer  a medicina com ajuda da internet,  do dr. Google, como já está acontecendo na região de Maringá. 

Dado ao valor caríssimo das mensalidades dessas escolas particulares, os candidatos aprovados  nos vestibulares de medicina necessitam que os rendimentos  familiares sejam altos  pois as mensalidades nas escolas médicas estão oscilando  de R$ 3.185,00 a R$ 6.649,00. Como o governo não tem interesse  em aumentar  as vagas nas escola públicas do curso de Medicina, bem como criar novas faculdades, , está ficando cada vez mais difícil o pobre estudar medicina no Brasil que passou a ser um curso elitizado.

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