De 2.003 a 2.015 a
quantidade de cursos particulares de medicina no Brasil quase que dobrou em relação ao ritmo de abertura de
estabelecimentos públicos. O numero de escolas privadas passou de 64 para 154,
sem que a qualidade seja priorizada, enquanto as unidades de gestão estatal subiram
de 62 para 103, no mesmo período. Os
dados são levantados pela Radiografia das Escolas Médicas no Brasil a pedido do
Conselho Federal de Medicina. Eu que já sou médico há vários anos e, graças a Deus, estudei no tempo que as
faculdades de medicina formavam profissionais
de gabarito, com excepcionais professores, tenho acompanhado um crescimento desgovernado
e sem qualidade do pacote de faculdades de formador de futuros médicos no
Brasil. Só para se ter ideia, nos últimos cinco anos 79 autorizações foram
expedidas para a criação de novos cursos de medicina, dando uma dimensão de
6.190 vagas.
A termo de comparação, de
1.808 a 1.994 foram criados apenas 82 escolas de
medicina. Segundo o governo federal, esses novos cursos entram no programa "mais médicos" mas com uma
distribuição geográfica errada pois metade das
faculdades de medicina criadas estão na região Sul e Sudeste onde
praticamente não há falta de médicos. É
difícil entender que a maioria dessas escolas criadas a toque de caixa não
apresentam o mínimo requisito para funcioná-las, sem infraestrutura, que seria
um hospital-escola com professores capacitados. A maioria são escolas desqualificadas
e estarão formando precários médicos,
sem qualidades e terão que exercer a
medicina com ajuda da internet, do dr.
Google, como já está acontecendo na região de Maringá.
Dado ao valor caríssimo
das mensalidades dessas escolas particulares, os candidatos aprovados nos vestibulares de medicina necessitam que
os rendimentos familiares sejam altos pois as mensalidades nas escolas médicas
estão oscilando de R$ 3.185,00 a R$
6.649,00. Como o governo não tem interesse
em aumentar as vagas nas escola
públicas do curso de Medicina, bem como criar novas faculdades, , está ficando
cada vez mais difícil o pobre estudar medicina no Brasil que passou a ser um
curso elitizado.
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