Criado há dois
anos, o programa Mais Médicos do governo federal voltou a ter embate com a classe médica e conselhos de
medicina, em consequência da expansão de
faculdades de medicina pelo país, autorizando da criação de
2.290 vagas em 36 municípios do
interior brasileiro. Na minha modesta
opinião, o maior problema da criação dessas faculdades, são todas de caráter
política e em vários municípios onde se quer tem estrutura para tal, não tendo
quaisquer condições na formações de profissionais com qualidades. O governo quer corrigir o mais rápido
possível a distorção que há entre o número baixíssimo de médicos nos interiores e o grande número que há em grandes centros.
Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro ostentam padrões europeus, com índices de
2,49 e 3,44 médicos por cada mil
habitantes respectivamente, o Norte e Nordeste do país tem menos de um médico para mil habitantes.
Essas
novas vagas criadas, são para escolas particulares, que estão obrando em média,
cinco mil reais mensais
para o estudantes de medicina.
Isso quer dizer que pobre não terá acesso a faculdade de medicina privada,
enquanto nas públicas o número de vagas é pequeno e a concorrência chega a ser
desumana. No próximo vestibular de setembro da Universidade Estadual de Maringá(
UEM), o curso de Medicina com 40 vagas, tem 347,3 candidatos por vaga, ou seja, quase
14 mil candidatos para as 40 vagas. Para se
ter a chance de ser aprovado, é necessário fazer cursinhos e estudar
pelo menos 12hs por dia. Pelo visto, mesmo nas escolas públicas, medicina
passou a ser curso só de ricos. Como
esses cursos são pagos pelos alunos, ao se formarem, eles vão para onde
quiserem, menos para o "interiorzão" como o governo quer. Como se vê, a criação
desses novos cursos de medicina deveriam
estar atrelados de alguma maneira, para obrigar os formados a trabalharem no
interior, pelos menos durante uma temporada.
Da maneira como foram criados, além de formarem péssimos
profissionais por falta de condições, continuará a falta de médicos pelo
interior do país.-
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