quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Mais faculdades de jalecos brancos

Criado há  dois  anos, o programa Mais Médicos do governo federal voltou a ter  embate com a classe médica e conselhos de medicina, em consequência da expansão de  faculdades de medicina pelo país, autorizando  da criação de  2.290 vagas em 36 municípios  do interior brasileiro. Na minha  modesta opinião, o maior problema da criação dessas faculdades, são todas de caráter política e em vários municípios onde se quer tem estrutura para tal, não tendo quaisquer condições na formações de profissionais com qualidades.  O governo quer corrigir o mais rápido possível a distorção que há entre o número  baixíssimo de médicos nos interiores  e o grande número que há em grandes centros. Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro ostentam padrões europeus, com índices  de  2,49  e 3,44 médicos por cada mil habitantes respectivamente, o Norte e Nordeste do país tem  menos de um médico para mil habitantes. 

Essas novas vagas criadas, são para escolas particulares, que estão obrando em média, cinco mil  reais  mensais  para o  estudantes de medicina. Isso quer dizer que pobre não terá acesso a faculdade de medicina privada, enquanto nas públicas o número de vagas é pequeno e a concorrência chega a ser desumana. No próximo vestibular de setembro da Universidade Estadual de Maringá( UEM), o curso de Medicina com  40 vagas,  tem 347,3 candidatos por vaga, ou seja, quase 14 mil candidatos para as 40 vagas. Para se  ter a chance de ser aprovado, é necessário fazer cursinhos e estudar pelo menos 12hs por dia. Pelo visto, mesmo nas escolas públicas, medicina passou a ser curso só de ricos.  Como esses cursos são pagos pelos alunos, ao se formarem, eles vão para onde quiserem, menos  para o "interiorzão"  como o governo quer. Como se vê, a criação desses novos  cursos de medicina deveriam estar atrelados de alguma maneira, para obrigar os formados a trabalharem no interior, pelos menos durante uma temporada.  Da maneira  como foram  criados, além de formarem péssimos profissionais por falta de condições, continuará a falta de médicos pelo interior do país.-

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